NOVOS POEMAS

Aconteceu

Luiz Manoel de Freitas

O fogo que arde, de uma paixão

                       que chega.

Prazer do fogo que vem

E aumenta o calor 

que aquece nos braços de alguém.

O corpo quente, leve toque dos lábios, sente,

E nem chega a ser aquele beijo ardente.

Tudo assim de repente.

Olhos, pele, e voz...não mentem, sentem.

Isto aconteceu...com agente.

Será que volta?

Luiz Manoel de Freitas

Como nevoa, voa

O pensamento caçoa,

Foram minutos atoa

Que ficaram e marcaram

uma tarde boa.

Domingo, respingo

No momento findo

Como se fosse uma loa.

Ativa-se o tema

E como num cinema

Velas e açucenas

No cenário lá.

Quanto romantismo.

Parece até castigo.

Grito, mas não digo

Que já não estamos juntos.

E pelo que presumo

Faço um só resumo

No pensamento assumo.

 Será que vai voltar?

FOI SÓ UMA TARDE

Luiz Manoel de Freitas

No calor de uma tarde de verão

Primaveril foi o encontro da quimera,

Vivi com ternura a doce ilusão,

Como um campo florido na primavera.

Como o dia que inicia com o clarão,

O teu corpo apalpei como um fera,

Mas, com a noite, chega sempre a escuridão,

Apagou-se a luz da tarde que foi bela.

Lá se foi o sonho de ficar

Lá se foi a malicia do fiquei.

Vivi sim, um acaso, sem desejar.

Assumindo que foi um sonho que sonhei.

No outono posso, quem sabe, te encontrar,

Pra ficar no inverno de uma vez.

Podendo assim, até se apaixonar,

Reacendendo o fogo da paixão que já queimei.

Se foi

Luiz Manoel de Freitas

Se foi ao som do vento como uma folha seca, a flutuar.

Se foi, e com certeza, não foi fuga,

Nem intenção de maltratar.

Se foi, pois nunca veio, e se não veio, não vai ficar,

Como o tempo que passa rápido

O teu abraço sou vou lembrar.

Seja feliz, fui eu que quis,

E só por isso, a cicatriz, já vai sarar.

Não adianta pensar em dor,

Se não foi amor, por que chorar.